terça-feira, 23 de setembro de 2014

Renascimento


 Renascença ou Renascentismo são os termos usados para identificar o período da Historia da Europa aproximadamente entre fins do século XIV  e inicio do século XVII.  Contudo, ouve variações consideráveis nas datas conforme o autor. Seja como for, o período foi marcado por transformações em muitas áreas da vida humana, que marcam o final da Idade Media  e boa parte da idade Media. Apesar destas transformações serem bem claras na sociedade, cultura, politica, economia e religião, caracterizando a passagem do capitalismo para o feudalismo e significando uma ruptura com as estruturas medievais, o termo é mais comum ente empregado para descrever seus efeitos nas artes, na filosofia e nas ciência.


baseado em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Renascimento


Humanismo
O Humanismo é a filosofia  que coloca os seres humanos  como principais, numa escala de importância. É um modo de vista comum a uma grande variedade de posturas éticas que atribuem a maior importância à dignidade, aspirações e capacidades humanas, particularmente ao pensamento. Embora a palavra possa ter diversos sentidos, o significado filosófico essencial destaca-se por contraposição ao apelo do sobrenatural ou a uma autoridade superior. O termo abrange religiões anti-teístas.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Humanismo
Classicismo

Na arte, classicismo refere-se ao mundo antigo, ou seja, à valorização da Antiguidade Clássica como padrão por excelência do sentido de beleza. A arte classicista procura a pureza formal, o equilíbrio, o rigor ou, segundo a nomenclatura proposta por Friedrich Nietzsche  pretende ser mais apolinea que dionisiaca.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Classicismo
escultura do renascimento


pintura do renascimento


cultura do renascimento
pintura do renascimento


video de musica renascentista

vida e obra de Luís Vaz de Camões

Luís Vaz de Camões (Lisboa, 1524 — Lisboa, 10 de Junho de 1580) foi um poeta de Portugal, considerado uma das maiores figuras da literatura em língua portuguesa e um dos grandes poetas do Ocidente.

Pouco se sabe com certeza sobre a sua vida. Aparentemente nasceu em Lisboa, de uma família da pequena nobreza. Sobre a sua infância tudo é conjetura mas, ainda jovem, terá recebido uma sólida educação nos moldes clássicos, dominando o latim e conhecendo a literatura e a história antigas e modernas. Pode ter estudado na Universidade de Coimbra, mas a sua passagem pela escola não é documentada. Frequentou a corte de Dom João III, iniciou a sua carreira como poeta lírico e envolveu-se, como narra a tradição, em amores com damas da nobreza e possivelmente plebeias, além de levar uma vida boémia e turbulenta. Diz-se que, por conta de um amor frustrado, se autoexilou em África, alistado como militar, onde perdeu um olho em batalha. Voltando a Portugal, feriu um servo do Paço e foi preso. Perdoado, partiu para o Oriente. Passando lá vários anos, enfrentou uma série de adversidades, foi preso várias vezes, combateu ao lado das forças portuguesas e escreveu a sua obra mais conhecida, a epopeia nacionalista Os Lusíadas. De volta à pátria, publicou Os Lusíadas e recebeu uma pequena pensão do rei Dom Sebastião pelos serviços prestados à Coroa, mas nos seus anos finais parece ter enfrentado dificuldades para se manter.

Logo após a sua morte a sua obra lírica foi reunida na coletânea Rimas, tendo deixado também três obras de teatro cómico. Enquanto viveu queixou-se várias vezes de alegadas injustiças que sofrera, e da escassa atenção que a sua obra recebia, mas pouco depois de falecer a sua poesia começou a ser reconhecida como valiosa e de alto padrão estético por vários nomes importantes da literatura europeia, ganhando prestígio sempre crescente entre o público e os conhecedores e influenciando gerações de poetas em vários países. Camões foi um renovador da língua portuguesa e fixou-lhe um duradouro cânone; tornou-se um dos mais fortes símbolos de identidade da sua pátria e é uma referência para toda a comunidade lusófona internacional. Hoje a sua fama está solidamente estabelecida e é considerado um dos grandes vultos literários da tradição ocidental, sendo traduzido para várias línguas e tornando-se objecto de uma vasta quantidade de estudos críticos. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_de_Cam%C3%B5es

Obras de Camões
1572- Os Lusíadas

Lírica
1595 - Amor é fogo que arde sem se ver
1595 - Eu cantarei o amor tão docemente
1595 - Verdes são os campos
1595 - Que me quereis, perpétuas saudades?
1595 - Sobolos rios que vão
1595 - Transforma-se o amador na cousa amada
1595 - Sete anos de pastor Jacob servia
1595 - Alma minha gentil, que te partiste
1595 - Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
1595 - Quem diz que Amor é falso ou enganoso

Teatro
1587 - El-Rei Seleuco.

1587 - Auto de Filodemo.
1587 - Anfitriões 
http://www.suapesquisa.com/biografias/camoes1/


As fontes de «Os Lusíadas»


1. Das Epopeias clássicas aquela que mais influenciou Camões foi, sem dúvida alguma, a Eneida. Para melhor verificar essa influência eis aqui alguns (poucos) exemplos:



ENEIDA
OS LUSÍADAS
Canto as armas e o varão (Eneias)
(Livro I, Proposição, 1)
As armas e os barões assinalados
(C. I, Proposição, l, 1)
Que eu canto o peito ilustre lusitano
(C. I, Proposição, 3, 5)
Ó musa, recorda-me as causas...
(Livro l, Invocação, 8)
E vós, Tágides minhas... (C. I, Invocação, 4, 1)
Dai-me agora um som alto e sublimado
(C. I., Invocação, 4, 5)
Apenas (os troianos) alegres, fora da vista da terra siciliana, largavam as velas para o alto mar e com o bronze da proa sulcavam as espumas da água salgada, quando Juno... (Livro I, Narração, 34)
Já no largo Oceano navegavam
As inquietas ondas apartando
(C. I, Narração, 19, l e 2)
Quando os deuses no Olimpo luminoso...
(C. L, Narração, 20, 1)
Ó rainha, mandas-me renovar uma dor inenar­rável, comoos Gregos destruíram o poder de Tróia...
(Livro 11, Narração, 1)
Mandas-me, ó Rei, que conte declarando/ De minha gente a grão genealogia (
C. III, Narração, 3, 5 e 6)




2. Camões bebeu ainda em outras obras literárias de Virgílio (Bucólicas e Geórgicas), de Ovídio (Metamorfoses), de Horácio (Odes) e de autores portugueses: Garcia de Resende (Trovas à Morte de D. Inês de Castro), António Ferreira (Castro), André de Resende (Vincentius).


3. O épico não se fixa pelo maravilhoso pagão (mitologia), mas busca na Bíblia e na doutrina dos Santos Padres da Igreja a fonte do seu maravilhoso cristão.


4. Para a História, o poeta consultou Crónicas de Fernão Lopes, de Rui de Pina, de Duarte Galvão, de Fr. João Álvares, de João de Barros, de Damião de Góis; a História do descobrimento e conquista da índia pelos Po


http://auladeliteraturaportuguesa.blogspot.pt/2009/11/as-fontes-de-os-lusiadas.html





Os LusíadasEstrutura Interna e Externa
O poema está escrito em versos decassílabos, com predomínio do decassílabo heróico (acentos pa 6ª e 10ª sílabas). É considerado o metro mais adequado á poesia épica, pelo seu ritmo grave e vigoroso. Surgem também alguns raros exemplos de decassílabo sáfico (acentos na 4ª, 8ª e 10ª sílaba).
· As estrofes são de oito versos e apresentam o seguinte esquema rimático – “abababcc” ( a este tipo estrófico costuma chamar-se oitava rima, oitava heróica ou oitava italiana)
· As estrofes estão distribuídas por 10 cantos. O número de estrofes por canto vario de 87, no canto VII, a 156 no canto X. No seu conjunto, o poema apresenta 1102 estrofes.
1. As partes constituintes
Os Lusíadas constroem-se pela sucessão de quatro fontes:
· Proposição – parte introdutória, na qual o poeta anuncia o que vai cantar (Canto I, estrofes 1-3)
· Invocação – pedido de ajuda as divindades inspiradores (A principal invocação é feita as Tágides, no canto I, estrofes 4 e 5, ás Ninfas do Tejo e do Mondego, no canto VII 78-82 e, finalmente, a Calíope, no Canto X, estrofe 8)
· Dedicatória – oferecimento do poema a uma personalidade importante. (Esta parte, facultaria, pode ter origem nas Geórgicas de Virgilio ou nos Fastos de Ovídio; não existe em nenhuma das epopeias da Antiguidade)
· Narração – parte que constitui o corpo da epopeia; a narrativa das acções levadas a cabo pelo protagonista. (Começando no Canto I, estrofe 19, só termina no Canto X, estrofe 144, apresentando apenas pequenas interrupções pontuais).
http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/portugues/12portofolio1/12portofolio1al.htm
Gramática
Conjunçoes e locuçoes coordenativas e subordinativas.
oraçoes coordenadas
oraçoes subordinadas







OS PLANOS D’OS LUSÍADAS
Pode identificar-se a presença de quatro planos distintos na narrativa de Os Lusíadas :
Plano da Viagem ;
Plano da História de Portugal ;
Plano dos deuses / maravilhoso ;
Plano do Poeta .
Plano da Viagem - compreende todos os momentos da narração relativos à acção principal, a viagem de Vasco da Gama, desde a partida de Lisboa até ao desembarque na ilha de Vénus.


Plano da História de Portugal – consiste na exposição da História de Portugal, “ E também as memórias gloriosas / Daqueles Reis que foram dilatando / A Fé, o Império, e as terras viciosas .”


Os factos históricos anteriores à viagem são relatados nos discursos de Vasco da Gama ao rei de Melinde, e de Paulo da Gama ao Catual.
Os factos históricos posteriores à viagem são narrados nas profecias de Júpiter, do Adamastor, da ninfa Sirena e de Tétis.

Plano dos deuses – plano relativo à intriga dos deuses pagãos, que começa com o consílio que inicia a acção do poema e termina na ilha de Vénus, que encerra o poema.
Segundo António José Saraiva, “ Formalmente a unidade d’Os Lusíadas é estabelecida pela intriga dos deuses . Baco, Júpiter, Neptuno, Vénus estão em cena desde o início ao fim do poema, o qual abre com o consílio dos deuses e termina com a Ilha dos Amores.
(...) Não se trata de mero quadro externo ou de uma sobreposição, mas da mola real do poema. (...) As personagens mitológicas têm uma vida que falta às personagens históricas : são elas, sim, as verdadeiras criaturas humanas, que sentem, se apaixonam , intrigam e fazem rebuliço.
Através da mitologia, Camões exprime algumas tendências profundas do Renascimento: a vitória dos homens contra os deuses , que personificam os limites impostos pela tradição à iniciativa humana; a confiança na capacidade humana para dominar a natureza ; a concepção da natureza como um ser vivo .”

Plano do Poeta – plano relacionado com todas as considerações e reflexões ( normalmente no final dos Cantos ) do poeta sobre os mais diferentes aspectos.
Também designados por discursos , estes momentos digressivo traduzem a visão crítica do poeta, conferindo ao poema uma perspectiva interventiva .


O apelo de Camões aos valores defendidos pelo Renascimento, entre outros, está bem presente nos discursos.


http://pt.slideshare.net/rsn/os-planos-dos-lusadas



Panteão

Por ordem alfabética:

Anteros: deus da delusão e do fim das paixões
Baco: deus das festas, do vinho, do lazer e do prazer; originalmente cultuado como Líber.
Belona: deusa da guerra.
Ceres: deusa da agricultura, do casamento e dos cereais.
Cibele: deusa da génese da vida e da Terra, alcunhada como Magna Mater.
Concórdia: deusa da harmonia e paz nos lares.
Cupido: deus da paixão.
Diana: deusa da caça, dos desportos e dos animais selvagens.
Dis: deus da riqueza.
Discórdia: deusa da maldição e das desgraças.
Esculápio: deus da medicina.
Fauna: deusa da fertilidade e feminilidade, alcunhada como Bona Dea.
Febo: da música e da poesia, irmão gêmeo de Diana.
Fortuna: deusa do desenvolvimento urbano, do destino e da sorte.
Jano: deus com dois rostos que cuida da porta dos céus. Um virado para o passado e o outro para o futuro.
Juno: deusa da força vital, deusa dos deuses
Justiça: deus da justiça e da vingança.
Júpiter: deus dos deuses, senhor do Universo, e dos céus.
Lares: espírito ancestral protector da casa e da família
Leto: deus da morte e da velhice.
Marte: deus das armas, dos camponeses, da virilidade e do trabalho árduo.
Mercúrio: deus do comércio, da diplomacia, da eloquência e da ladroeira.
Minerva; deusa da sabedoria, da arquitectura, engenharia, estratégia bélica e das artes.
Neptuno: deus dos mares.
Silvano: deus das florestas, da pecuária e do pânico.
Plutão: deus do submundo, das almas e dos tesouros subterrâneos.
Saturno: deus do tempo e das trevas primordiais, primeiro deus do universo e pai de Júpiter.
Vênus: deusa do amor e da beleza.


Vulcano: deus do fogo, da lava e da metalurgia.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_romana


Mitologia n` Os Lusíadas
Camões, apesar de ser católico, utiliza a mitologia pagã por quatro razões:

a)obedece a uma regra dos poemas épicos (todas as epopeias a devem utilizar);
b)assegura a unidade interna da acção da epopeia (colocando em oposição humanos e deuses);
c)embeleza a intriga (de outra forma seria um mero relato da viagem);


d)serve para glorificar o povo português, comparando-o aos deuses (valoriza os homens a quem Neptuno e Marte obedeceram). 

http://jorge-almeida.blogspot.pt/2007/03/mitologia-n-os-lusadas.html

Primeira Dinastia – Afonsina

 1143 - 1185
D. Afonso Henriques "O Conquistador" (25 Julho 1111 Guimarães-6 Dezembro 1185 Coimbra)
Casou com D. Mafalda de Sabóia

1185 - 1211
D. Sancho I "O Povoador" (11 Novembro 1154 Coimbra-27 Março 1211 Coimbra)
Casou com D. Dulce de Aragão

1211 - 1223
D. Afonso II "O Gordo" (23 Abril 1185 Coimbra-21 Março 1223 Alcobaça)
Casou com D. Urraca

1223 - 1248
D. Sancho II "O Capelo" (8 Setembro 1202 Coimbra-4 Janeiro 1248 Toledo)
Casou com D. Mécia Lopes de Hero

1248 - 1279
D. Afonso III "O Bolonhês" (5 Maio 1210 Coimbra-16 Fevereiro 1279 Alcobaça)
Casou com D. Matilde de Bolonha e com D. Beatriz de Castela

1279 - 1325
D. Dinis I "O Lavrador" (9 Outubro 1261 Lisboa-7 Janeiro 1325 Odivelas)
Casou com D. Isabel de Aragão

1325 - 1357
D. Afonso IV "O Bravo" (8 Fevereiro 1291 Coimbra-28 Maio 1357 Lisboa)
Casou com D. Beatriz de Molina e Castela

1357 - 1367
D. Pedro I "O Justiceiro" (18 Abril 1320 Coimbra-18 Janeiro 1367 Alcobaça)
Casou com D. Constança Manuel e com D. Inês de Castro

1367 - 1383
D. Fernando I "O Formoso" (31 Outubro 1345-22 Outubro 1383 Santarém)
Casou com D. Leonor de Telles

Segunda Dinastia – Aviz

 1385 - 1433
D. João I "O de Boa Memória" (11 Abril 1357 Lisboa-14 Agosto 1433 Batalha)
Casou com D. Filipa de Lancastre

1433 - 1438
D. Duarte I "O Eloquente" (31 Outubro 1391 Viseu-9 Setembro 1438 Batalha)
Casou com D. Leonor de Aragão

1438 - 1481
D. Afonso V "O Africano" (15 Janeiro 1432 Sintra-28 Agosto 1481 Batalha)
Casou com D. Isabel de Lancastre

1481 - 1495
D. João II "O Príncipe Perfeito" (3 Maio 1455 Lisboa-25 Outubro 1495 Batalha)
Casou com D. Leonor de Viseu

1495 - 1521
D. Manuel I "O Venturoso" (31 Maio 1469 Alcochete-13 Dezembro 1521 Belém)


Casou com D. Isabel de Castela, D. Maria de Castela e com D. Leonor

http://www.casarealportuguesa.org/dynamicdata/Cronologia.asp



Foi rei da Segunda Dinastia e o décimo quarto Rei de Portugal. Filho de Dom Fernando, Duque de Viseu e de Dona Beatriz, que nasceu em Alcochete a 31 de Maio de 1469 e morreu em Lisboa a 13 de Dezembro de 1521 e está sepultado em Lisboa, no Mosteiro dos Jerónimos e casou com Dona Isabel de Aragão e teve como descendentes legítimos: Dom Miguel, Dona Isabel, Dona Beatriz, Dom Luís, Dom Fernando, Dom Afonso, Dom Henrique, Dona Maria, Dom Duarte, Dom António, Dom Carlos.
Começou a governar em 1495 e terminou em 1521
Em circunstâncias normais, Dom Manuel não seria nunca rei de Portugal. Mas a sorte bafejou-o. O seu antecessor, Dom João II, não deixou descendentes directos, pois o seu único filho legítimo, Dom Afonso, morrera aos dezasseis anos, devido a uma queda de cavalo. O parente mais próximo eram precisamente Dom Manuel, neto paterno do rei Dom Duarte e primo e cunhado de Dom João II. Mas não foi apenas por herdar o trono que Dom Manuel foi cognominado de “O Venturoso”.


É que, à excepção dos casamentos (enviuvou duas vezes), tudo lhe correu bem na vida. Assim, durante o seu reinado, Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para a Índia; Pedro Álvares Cabral anunciou a descoberta oficial do Brasil; Afonso de Albuquerque dominou a Índia e assegurou para Portugal o monopólio do comércio das especiarias.


A Batalha de São Mamede - 1128

Motivos da batalha

Após a morte de D. Henrique, em 1112, fica D. Teresa a governar o condado, pois achava que este lhe pertencia por direito, mais do que a outrem, já que lhe tinha sido dado por seu pai na altura do casamento. Associou ao governo o conde galego Bermudo Peres de Trava e o seu irmão Fernão Peres de Trava. Terá até talvez casado em segundas núpcias comBermudo, do qual terá tido uma filha.


A crescente influência dos condes galegos no governo do condado Portucalense levou à revolta verificada em 1128, protagonizada pela grande maioria dos infanções do Entre Douro e Minho. Estes escolheram para seu caudilho, D. Afonso Henriques, filho de D. Henrique e de D. Teresa.
  1. "A Galiza, incluindo debaixo desta denominação a extensa província portugalense e que naturalmente se devia considerar como incorporado o território novamente adquirido ao Garb muçulmano, constituía já um vasto estado remoto do centro da monarquia leonesa. 

    Os condes que dominavam os distritos em que esse largo tracto de terra se dividia ficavam assaz poderosos para facilmente se possuírem das ideias de independência e rebelião comuns naquele tempo, tanto entre os sarracenos como entre os cristãos. Afonso VI pôde evitar esse risco convertendo toda a Galiza, na mais extensa significação desta palavra, em um grande senhorio, cujo governo entregou a um membro da sua família (...)"


(História de Portugal de Alexandre Herculano)




Batalha de São Mamede


Na batalha de São Mamede defrontam-se os exércitos do conde Fernão Peres de Trava e o dos barões portucalenses. Estes últimos quando venceram Fernão Peres pretendiam apenas obriga-lo a ceder o governo do condado portucalense ao príncipe herdeiro.


A intervenção dos barões portucalenses, liderada pelos senhores deSousa e de Ribadouro, resultava de um longo percurso, ao longo do qual as linhagens de Entre Douro e Minho tinham solidificado o poder que exerciam na região. Pretendiam, como desde o tempo da condessa Mumadona Dias ocupar um lugar que não estivesse subordinado a ninguém, a não ser uma autoridade local em serviço dos seus interesses. O jovem herdeiro do condado servia exactamente a essa pretensão. Após a vitória Afonso Henriques tomou a autoridade com todo o vigor.

Afonso VII de Leão, ocupado com as vicissitudes da política leonesa, não atribui importância a esta mudança de poder no condado, e limita-se a aceitar o preito de fidelidade de D. Afonso Henriques em 1137. Porque isso contribuía para engrandecer o prestígio do imperador Afonso VII, a chancelaria leonesa não hesita em atribuir o título de rei ao príncipe português. Podia assim Afonso VII afirmar a sua condição de imperador, o qual tem reis por vassalos.

Entre os pricipais barões portucalenses que participaram na batalha de São Mamede ao lado de D. Afonso Henriques, estão Soeiro Mendes de Sousa «O Grosso» (1121-1137),Gonçalo Mendes de Sousa «Sousão» (1154-1167), Egas Moniz de Ribadouro «O Aio»(1108-1146), Gonçalo Mendes da Maia «O Lidador» e outros.

http://historia-portugal.blogspot.pt/2008/02/batalha-de-sao-mamede-1128.html
Batalha de Aljubarrota

Esta batalha travou-se no dia 14 de agosto de 1385, entre portugueses e castelhanos, e está inserida noconjunto de confrontos entre os dois exércitos, motivados pela luta da sucessão ao trono português. Em1383 morrera o rei D. Fernando, que tinha uma única filha, D. Beatriz, mas esta estava casada com o rei D.João I de Castela, o que punha em causa a independência de Portugal. No acordo nupcial determinava-seque D. João I de Castela não poderia ser rei de Portugal, mas os portugueses receavam o pior, até porque,sob o pretexto de fazer valer os direitos de D. Beatriz, aquele logo invadiu Portugal. Ao mesmo tempo, emPortugal formam-se dois partidos: um a favor de D. Beatriz, outro contra.Com a morte do conde Andeiro, oMestre de Avis é nomeado "regedor e defensor do Reino" e trata de organizar a defesa, ajudado por NunoÁlvares Pereira, entretanto nomeado Condestável do reino. Dá-se o cerco a Lisboa, que, após váriosmeses, é levantado em setembro de 1384. D. João I de Castela reorganizou as suas tropas, até que, emjunho de 1385, sitia Elvas e, aproveitando apoios de praças portuguesas, invade o nosso país pela BeiraAlta, entrando por Almeida, segue por Pinhel, Trancoso, Celorico da Beira, Mortágua, Mealhada e acampaperto de Coimbra, nos inícios de agosto. Entretanto também o exército português se preparava. NunoÁlvares Pereira foi conquistando algumas praças até  favoráveis a Castela e dirigiu-se para Abrantes,onde vai reorganizar as forças vindas de vários lados.Em fins de julho está reunido o exército português emAbrantes, incluindo o Mestre de Avis. Discute-se a tática de guerra, havendo divergências, mas NunoÁlvares Pereira resolve avançar contra o inimigo e segue para Tomar, e daqui para Atouguia (Ourém) ePorto de Mós, junto da estrada de Leiria a Alcobaça, onde chegam a 12 de agosto. Por sua vez, oscastelhanos, que seguiam pela mesma estrada, devem ter chegado perto de Leiria também por essa altura.No dia 13, o Condestável inspecionou o terreno onde iria intercetar o exército castelhano, que ficava a sulda ribeira da Calvaria, com dois ribeiros que protegiam os flancos. Era um planalto com acessos difíceis eque limitavam a frente de ataque do inimigo e facilitavam o contra-ataque dos portugueses pelosflancos.Apesar de não haver dados concretos e de terem chegado até nós versões muito díspares sobre oseu número, sabemos que o efetivo dos dois exércitos era muito desigual, havendo muito mais castelhanosque portugueses. Do lado de Castela haveria cerca de 5000 lanças (cavalaria pesada), 2000 ginetes(cavalaria ligeira), 8000 besteiros e l5 000 peões; do lado português seriam cerca de 1700 lanças, 800besteiros, 300 archeiros ingleses e 4000 peões.
No dia 14 de agosto, os castelhanos, apesar de em maior número, quando avistam o exército português,apercebem-se da posição vantajosa dos portugueses no terreno e tentam evitar o confronto,contornando-os e, seguindo por um caminho secundário, indo concentrar-se em Calvaria. O exércitoportuguês inverte a posição e desloca-se paralelamente, acompanhando os castelhanos, vindo a ocuparuma posição 3 km a sul da anterior, ficando os dois exércitos a cerca de 350 m de distância. Para protegera frente os portugueses cavaram rapidamente fossos e covas de lobo, que tentaram disfarçar. O exércitoportuguês estava disposto numa espécie de quadrado, formando a vanguarda e as alas um  corpo. Avanguarda era comandada pelo Condestável e nela estavam cerca de 600 lanças; na retaguarda,comandada por D. João I, estavam cerca de 700 lanças, besteiros e 2000 peões. Os restantes efetivosestavam nas alas, sendo uma delas conhecida por Ala dos Namorados. A vanguarda castelhana teria 50bombardas e 1500 lanças, em 4 filas, e ocupava toda a largura do planalto, nas alas teria outras tantaslanças, besteiros e peões, além de ginetes na ala direita e cavaleiros franceses na ala esquerda. Oscastelhanos reconhecem a dificuldade de atacar a posição portuguesa, surgindo dúvidas quanto à decisãode atacar ou não.Estavam neste impasse quando,  ao fim do dia, a vanguarda castelhana inicia o ataque.Dados os obstáculos que encontraram, foram-se concentrando ao meio, mas com uma profundidade de 60a 70 metros, pelo que o embate se  com a parte central da vanguarda portuguesa. Dado o seu número,os castelhanos conseguem romper a vanguarda portuguesa, mas logo foram atacados de flanco, pelaspontas da vanguarda, pelas alas e também pela retaguarda portuguesa. Assim, face à estratégia e posiçãoportuguesas, a vanguarda castelhana sofreu todo o impacto da força do exército português, sendodesbaratada. Por isso, apesar do maior número total das forças espanholas no combate, a vanguardacastelhana suportou sozinha toda a ação do exército português, sendo esmagada. Os restantes fugiram,em pânico, sendo ainda perseguidos. Tudo isto aconteceu em cerca de uma hora. O rei de Castela fugiu,de noite, para Santarém e daí embarcou para Sevilha.A Batalha de Aljubarrota foi um momento alto eimportante na luta com Castela, pois desmoralizou o inimigo e aqueles que o apoiavam, e praticamenteassegurou a continuidade da independência nacional.

 D. Nuno Álvares Pereira (O. Carm.), também conhecido como o Santo Condestável, Beato Nuno de Santa Maria, hoje São Nuno de Santa Maria, ou simplesmente Nun' Álvares (Paço do Bonjardim ou Flor da Rosa[i], 24 de Junho de 13601 – Lisboa, 1 de Novembro de 14312 ) foi um nobre e guerreiro português do século XIV que desempenhou um papel fundamental na crise de 1383-1385, onde Portugal jogou a sua independência contra Castela. Nuno Álvares Pereira foi também 2.º Condestável de Portugal, 38.º Mordomo-Mor do Reino, 7.º conde de Barcelos, 3.º conde de Ourém e 2.º conde de Arraiolos.

Considerado como o maior guerreiro português de sempre e um génio militar. Comandou forças em número inferior ao inimigo e venceu todas as batalhas que travou. É o patrono da infantaria portuguesa.
Camões, em sentido literal ou alegórico, explícito ou implícito, faz referência ao Condestável nada menos que 14 vezes em «Os Lusíadas», chamando-lhe o "forte Nuno" e logo no primeiro canto (12ª estrofe) é evocada a figura de São Nuno, ao dizer "por estes vos darei um Nuno fero, que fez ao Rei e ao Reino um tal serviço" e no canto oitavo, estrofe 32, 5.º verso: "Ditosa Pátria que tal filho teve".
Uma escultura sua encontra-se no Arco da Rua Augusta, na Praça do Comércio, em Lisboa, outra no castelo de Ourém e uma, equestre, no exterior do Mosteiro da Batalha. Tem também uma estátua em Flor da Rosa,3 um dos dois locais apontados como sua terra natal.
São Nuno foi canonizado pelo Papa Bento XVI, em 26 de abril de 2009,4 e sua festa é a 6 de Novembro.5
O dia do seu nascimento é feriado no concelho da Sertã.  



Análise do episódio "Batalha de Aljubarrota" d'Os Lusíadas

Mosteiro da Batalha
Em cumprimento de um voto e para comemoração da vitória da batalha de Aljubarrota, 1385, o rei D. João I, mandou edificar um mosteiro com a sua igreja sob a invocação de Nossa Senhora da Vitória, que todos conhecem como o Mosteiro da Batalha.
A construção do edifício teve início em fins do séc. XIV adoptando estilos gótico e manuelino.
Ao visitante interessa observar, as naves, a capela octogonal com o túmulo de D. João I, os claustros, a sala do capítulo, célebre pelo arrojo da abóbada e as capelas imperfeitas (assim designadas por nunca terem sido terminadas, não chegando a receber cobertura).
História de Portugal: a Batalha deAljubarrota

A seguir à crise de 1383 – 1385, Vasco da Gama narra a Batalha de Aljubarrota ao rei de Melinde. Trata-se de um episódio bélico, no qual se destacam as figuras de Nuno Álvares Pereira, considerado uma das personagens mais corajosas da História de Portugal e de D. João I, mestre de Avis, que combatendo ao lado do exército, incita os soldados portugueses a lutarem contra os inimigos. É importante referir que o exército castelhano era quatro vezes maior que o português e que nesta batalha estava em causa a independência de Portugal.
Batalha de Aljubarrota travou-se no dia 14 de Agosto de 1385, entre portugueses e castelhanos, e está inserida no conjunto de confrontos motivados pela luta da sucessão ao trono português.
Esta batalha foi um momento alto e importante na luta com Castela, pois desmoralizou o inimigo e aqueles que o apoiavam, e praticamente assegurou a continuidade da independência nacional.

Batalha de Aljubarrota (est. 28 a 45)
Tema e divisão em partes:
O texto, cujo tema é a descrição da batalha de Aljubarrota, pode dividir-se em três partes lógicas. A primeira parte (28 e 29) constitui uma espécie de introdução, em que o poeta assinala o terrível efeito provocado, na natureza e nas pessoas, pelo espantoso sinal lançado pela trombeta castelhana para o começo da batalha. A segunda parte - desenvolvimento (de 30 a 42) é a descrição propriamen­te dita da batalha (entrecortada por um comentário emotivo do poeta na es­trofe 33), em que se realça a acção de Nuno Álvares (30, 34 e 35), o movimento terrificamente barulhento e confuso da refrega (31), a referên­cia aos irmãos de Nuno Álvares que lutavam do lado dos castelhanos e res­pectivo comentário do poeta (32 e 33), a acção de D. João I, que, como chefe e rei, a todos entusiasmava não só com palavras, mas também com o exemplo (entre as setas dos inimigos corro e vou primeiro).
Finalmente, a terceira e última parte – conclusão (43-45) apresenta-nos a desmoraliza­ção e fuga desastrosa dos castelhanos e a vitória eufórica dos portugueses.



Primeira parte – Introdução (est. 28 e 29)
Síntese
A trombeta castelhana dá o sinal para a guerra e este ecoa por toda a Península Ibérica, desde o Cabo Finisterra ao Guadiana, desde o Douro ao Alentejo. As mães apertam os filhos contra os peitos. Há rostos sem cor e o terror é grande, muitas vezes maior do que o próprio perigo. Durante o combate as pessoas, com o furor de vencer, esquecem-se do perigo e da possibilidade de ficarem feridas ou mesmo de perderem a própria vida.


Análise estilística das estrofes 28 e 29:
0 poeta realça logo o tremendo sinal de combate, dado pelos castelhanos, por meio dos adjectivos horrendo, fero, ingente, temeroso, somterríbil. Com o fim de realçar o efeito produzido por esse tremendo som da trombeta caste­lhana, há a personificação de seres da natureza física (o monte, os rios) que, eles próprios, tremeram frente a esse terrível sinal de guerra. Associada à personificação surge também a hipérbole: oGuadiana atrás tornou as ondas de medroso; correu ao mar o Tejo duvidoso. Como símbolo do medo e terror deste som da guerra aparece a ternura das mães, aos peitos os filhinhos aper­tando. O efeito deste sinal de guerra é ainda realçado pelos rostos macilentos (quantos rostos ali se vêem sem cor). Para realçar este pavor que precedeu a própria batalha, o poeta afirma, a jeito de conclusão, que nos perigos grandes, o temor é maior muitas vezes que o perigo.



Segunda parte – Desenvolvimento (est. 30 a 42)


Síntese
A guerra começa. Uns são movidos pela defesa da sua própria terra e outros pelo desejo de vitória. Os inimigos são muito numerosos, mas os portugueses defendem-se com bravura. D. Nuno Álvares Pereira destaca-se na luta. D. Diogo e D. Pedro Pereira, irmãos de Nuno Álvares Pereira, estão a combater contra ele, “(caso feio e cruel)” – no entanto, não tão grave como combater contra o rei e a pátria. No primeiro esquadrão há portugueses que renegaram a pátria e combatem contra seus irmãos. D. João I, sabendo que D. Nuno Álvares corria perigo, acudiu à linha da frente para apoiar os guerreiros com a sua presença e palavras de encorajamento e, com um único tiro, matou muitos adversários. Depois desta situação, os portugueses mais entusiasmados lutam sem recearem perder a vida. Muitos são feridos, muitos morrem, mas a bandeira castelhana é derrubada aos pés da lusitana.
Com a queda da bandeira castelhana, a batalha tornou-se ainda mais cruel. Sem forças para combaterem, os castelhanos começam a fugir e o rei de Castela vê-se derrotado e impedido de atingir o seu propósito.


Análise estilística da estrofe 31:
Na estrofe 31 note-se a expressividade dos adjectivos: espesso ar (a salientar que a própria atmosfera se mostrava de ar carregado),estridentes farpões, pés duros, ardentes cavalos, duras armas; a expressividade dos verbos: tiros voavam, treme a terra; vales soam, espedaçam-se as lanças, tudo atroam, re­crescem os inimigos. Há também a inversão da ordem das palavras (hipérbato), ao gosto clássico. Mas o que mais impressiona nesta estrofe é a admirável har­monia imitativa (onomatopaica) que existe entre o seu corpo fónico e o baru­lho da batalha. Como exemplo, aponte-se a frequência das sibilantes dos três primeiros versos e do 5º, sugerindo o sibilar das setas; as aliterações verificadas sobretudo nos versos 3º e 6º; a frequência dos rr, sobretudo no versos 2º, 4º e 6º, imitando o som ríspido e rude da refrega. Há ainda o ritmo próprio do verso heróico, com os acentos na sexta e décima sílabas, a alternância de ritmos (binário e ternário) e a frequência das oclusivas (p, t, d, b, c), tudo isto sugerindo, sobretudo nos quatro primeiros versos, o tropel dos cavalos. Observe-se, finalmente, o trocadilho nos dois últimos versos pouca e apouca.
Em poucos textos da nossa literatura o significante terá tanta importância como nesta estrofe 31, para dar visualidade e impressionismo à mensagem.
Aqui as palavras valem quase tanto pelo seu corpo fónico (significante) como pelo seu significado, na construção da mensagem. Veja-se como o corpo fónico das palavras sublinha o seu significado nestes dois versos, em que as aliterações e a sucessão de sibilantes se aliam ao encavalgamento, para sugerirem a catadupa estilhaçante de lanças e armas nas sucessivas quedas:
Espedaçam-se as lanças, e as frequentes
Quedas co as duras armas tudo atroam.



Intenção e efeito da estrofe 33:
Esta intervenção emocional do poeta, apostrofando célebres traidores da pátria, serve para, a jeito de coro na tragédia, pôr em evidência e comentar o caso feio e cruel de dois irmãos de Nuno Álvares se encontrarem do lado dos castelhanos, lutando contra a sua pátria e contra seu irmão. A descrição da batalha é um episódio essencialmente cavaleiresco, dominado do princípio ao fim pela bravura patriótica de Nuno Álvares. O facto de surgirem dois irmãos, como ele portugueses (esses renegados), lutando contra a pátria e contra o irmão, além de conferir maior dramatismo à descrição pelo que há de chocante em semelhante traição, vem realçar a figura impolutamente patriótica de Nuno Álvares. A descrição da batalha de Aljubarrota é-nos dada pelo poeta sobretudo como um quadro exaltador de Nuno Álvares.



Terceira parte – Conclusão (est. 43 a 45)

Síntese
Os castelhanos fogem vencidos e encobrem a dor das mortes, a mágoa, a desonra, maldizendo e blasfemando de quem inventou a guerra ou atribuindo a culpa à sede de poder e à cobiça. D. João I passa alguns dias no campo de batalha para comemorar e agradecer a Deus a vitória com ofertas e romarias, mas D. Nuno Álvares Pereira, que só quer ser recordado pelos feitos bélicos, desloca-se para o Alentejo.



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Velho do Restelo
1. Episódio do Velho do Restelo
Estrutura externa
– canto IV (94-104)
Estrutura interna
- Reinado de D. Manuel
- Após os preparativos
da viagem
- Despedida de Belém
2. O episódio é constituído por duas partes: 1- apresentação da personagem ( est. 94) 11- discurso do Velho do Restelo (est. 95 a 104).
3. 1- Caracterização do Velho do Restelo- a idade ("velho"), - o aspecto respeitável ("aspeito venerando"),-a atitude de descontentamento ("meneando a cabeça, descontente"), - a voz solene e audível ("A voz pesada”) - a sabedoria resultante da experiência de vida (“Cumsaber de experiências feito; experto peito”)
4. 11- Discurso do Velhoa) Primeira parte (est. 95-97) - condena o envolvimento do país na aventura dos descobrimentosb) Segunda parte (est. 98-101) - propõe uma alternativa à geração de Adão: o Norte de África. c)Terceira parte (est.102-104)                - recorda figuras míticas do passado que representam a ambição
5. a) Visão negativa dos descobrimentos Causas da aventura marítima« -"vã cobiça", “glória de mandar”,"vaidade", « - "fraudulento gosto", “inquietação de alma”, “digna de infames vitupérios" « - "Fama", "honra",“chamam-te ilustre, chamam-te subida", « - “chamam-te Fama e Glória soberana" “Nomes com quem se o povo néscio engana".
6. Consequências da aventura marítima: - mortes, perigos, tormentas, - crueldades, desamparo das famílias, - adultérios, desastres,          - empobrecimento material,     - destruição de fazendas e impérios.
7. b) Razões para uma alternativa - religiosa ("Se tu polaLei de Cristo só pelejas?"), - material ("Se terras e riquezas mais desejas?"),- militar ("Se queres por vitórias ser louvado?").Novas consequências maléficas - fortalecimento do inimigo ("Deixas criar às portas o inimigo") - despovoamento e enfraquecimento do reino.
8. c)- Exemplificação através de figuras míticas- o inventor da navegação à vela - "o primeiro que, no mundo, / Nas ondas vela pôs em seco lenho!".- Prometeu, criador da espécie humana -"Fogo que o mundo em armas acendeu”.- Os casos de Faetonte e Ícaro, “Não cometera o moço miserando e o grande arquitectorco filho”MALDITOS / SE ACABE O NOME E GLÓRIA
9. Síntese do desejo desmedido de ultrapassar os limites:  “Nenhum cometimento alto e nefandoPor fogo, ferro, água, calma e frio, Deixa intentado a humana geração. Mísera sorte! Estranha condição!” 
10. Simbologia do Velho do Restelo


11. O que representa este Velho?- a voz do bom senso - contrária à viagem para a Índia            - opção pela ligação à terra-mãe- voz do próprio Camões - o poeta humanista          - o plano da sabedoria- tese (antítese) a que a epopeia se contrapõe                - lealdade ao Rei e à pátria (amor da pátria)       - procura de um ideal (Ilha dos Amores)








D. Manuel quando assume o poder pretende dar continuidade aos desejos do seu antecessor, na conquista de novos mares e de novas terras. Numa noite ele sonha com vários mundos, nações de muita gente, estranha e fera e vê dois homens, que pareciam muito velhos , de aspecto, ainda que agreste, venerando. Estes apresentam-se como sendo os rios Ganges e Indo, que afirmam a D. Manuel que é tempo de mandar «a receber de nós tributos grandes». O sonho prenuncia os êxitos, a fama, o poder e a glória de que se cobrirá o Rei por ter conseguido descobrir o Oriente.
Freud, o «pai da Psicanálise», em Interpretação dos Sonhos, procura mostrar que o sonho é a representação dissimulada da realização de um desejo e que «os sonhos fazem uso de todas as simbologias já presentes no pensamento inconsciente». Camões, sem os conhecimentos da moderna psicanálise, soube entender que o sonho de D. Manuel poderia representar a concretização de uma vontade dos seus antepassados. Recorreu então às imagens das fontes e dos rios, transformados em velhos veneráveis, para simbolizar o desejo de conquista do Oriente. Os velhos representam as gentes e as terras antigas, das vastas regiões da Índia; a fonte surge, de acordo com a cultura tradi­cional, como símbolo da origem e do poder; o rio evoca a ideia de correr ou viajar na direcção do mar. No sonho aparecem estas imagens da água a sugerir o poder a alcançar com a viagem por mares até à Índia, onde correm o Ganges e o Indo.
Os navegantes e também Vasco da Gama, ultrapassam a sua individualidade ou a particularização do herói colectivo, que é o povo português. São símbolo do heroísmo lusíada, do espírito de aventura e da capacidade de vivência cosmopolita.
Nos vários episódios e no recurso à mitologia, há elementos simbólicos importantes que podem ajudar na interpretação dessa mensagem humanista e de exaltação lusíada que Camões nos deixou.
O sonho é um símbolo do que pode o espírito humano quando procura pôr em prática as suas aspirações. É símbolo da capacidade de conquista, de vontade de ir sempre mais além, de desbravar o desconhecido. E símbolo da política expansionista portuguesa na época.


Durante o sono, o Deus do sonho aparece-lhe (Morfeu)

Engrandecimento do herói:

-> Morfeu inicia a apresentação da profecia com o prenuncio positivo de um alto e celeste destino para D. Manuel I, quando se leva no céu, tocando a lua.

->> Profecia:
1º -  Vê vários mundos e muita gente estranha
2º - Vê duas fontes no Oriente.

As fontes simbolizam o nascimento de vida, logo o nascimento de um novo império.

Caracterização dos velhos:
Surgem com a cabeça coroada, simbolizando a importância que ambos assumem.

http://vansofss.blogspot.pt/2012/10/sonho-profetico-de-d-manuel.html


Canto iv, despedida em belémPresentation Transcript

  •  Os Lusíadas, Canto IV
  •   Vasco da Gama continua o seu relato ao rei de Melinde. Conta a preparação da partida da armada e o ambiente vivido durante as despedidas em Belém.
  •   O Rei D. Manuel pagou aos marinheiros e, com palavras de louvor, encorajou-os a esforçarem-se o mais possível e a resistir a todas as dificuldades com que se vão deparar. “Foram de Emanuel remunerados, /Por que com mais amor se apercebessem, /E com palavras altas animados /Pera quantos trabalhos sucedessem.” (83)
  •   No porto de Lisboa, soldados e marinheiros estão prontos para acompanhar Vasco da Gama. “E já no porto da ínclita Ulisseia, /C’um alvoroço nobre e c’um desejo/(…) as naus prestes estão (…)/ Porque a gente marítima e a de Marte/Estão pera seguir-me a toda a parte.” (84)
  •   A brisa faz ondear as bandeiras das naus e os heróis que as conduzirão estão destinados a subir aos céus, isto é, a tornarem-se imortais. “Nas fortes naus os ventos sossegados /Ondeiam os aéreos estandartes. /Elas prometem, vendo os mares largos, /De ser no Olimpo estrelas, como a de Argos.” (85)
  •   Depois de as naus estarem prontas, os marinheiros ouvem missa, comungam e pedem protecção a Deus. “Despois de aparelhados, desta sorte, /(…) Aparelhámos a alma pêra a morte, / (…) implorámos favor que nos guiasse /e que nossos começos aspirasse.” (86)
  •   Quando se lembra da partida da praia do Restelo, o narrador emociona-se. “Certifico-te, ó Rei, que, se contemplo /Como fui destas praias apartado, /Cheio dentro de dúvida e receio, / Que apenas nos meus olhos ponho o freio.” (87) “Aparelhámos a alma pêra a morte,” – A utilização da 1ª pessoa mostra que o narrador é participante, presente na acção narrada. O narrador deste episódio é Vasco da Gama.
  •   Emoções dos marinheiros e das gentes que testemunham a partida das naus portuguesas. Marinheiros – ânimo e determinação: “C’um alvoroço nobre e c’um desejo”; Arrojo e audácia: “(…) e não refreia/Temor nenhum o juvenil despejo”; Apreensão e temor: “Aparelhámos a alma pera a morte,/ (…) Implorámos favor(…)”; Dúvida e tristeza: “Cheio dentro de dúvida e receio, /Que apenas nos meus olhos ponho o freio”;87 Devoção: “a Deus orando”;88 Mágoa e determinação: “Por não nos magoarmos, ou mudarmos /Determinei de assi nos embarcarmos/ Sem o despedimento costumado”.93
http://pt.slideshare.net/guidaclaro/canto-iv-despedida-em-belm


Velho do Restelo é um personagem criado por Luís de Camões no canto IV da sua obra Os Lusíadas. O Velho do Restelo simboliza os pessimistas, os conservadores  e os reacionários que não acreditavam no sucesso da epopeia dos descobrimentos portugueses, e surge na largada da primira expedição para a índia com avisos sobre a odisseia que estaria prestes a acontecer.


                                94
Mas um velho, de aspecto venerando,
Que ficava nas praias, entre a gente,
Postos em nós os olhos, meneando
Três vezes a cabeça, descontente,
A voz pesada um pouco alevantando,
Que nós no mar ouvimos claramente,
C'um saber só de experiências feito,
Tais palavras tirou do experto peito:
                          95
- "Ó glória de mandar! Ó vã cobiça
Desta vaidade, a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
C'uma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles experimentas!

http://pt.wikipedia.org/wiki/Velho_do_Restelo

Tromba Marítima e Fogo de Santelmo  

Ambos os episódios são naturalistas e descrevem “cousas do mar” que os sábios não entendem mas que Vasco da Gama e a sua tripulação presenciaram. Camões faz uma breve referência a este “lume vivo“ salientado que os olhos dos marinheiros não os enganavam pelo uso de um pleonasmo do verbo ver = “Vi, claramente visto, o lume vivo”.
Este fogo aparece na extremidade dos mastros e vergas dos navios em altura de tempestade, e que resulta de descargas eléctricas.
A tromba marítima é reflectida como um enorme tubo que aumentava em direcção ao céu, partia de um “vaporzinho”, adensava-se chupando a água das ondas para uma nuvem que se carregava para esvaziar uma violenta chuvada sobre o oceano.
É feita a descrição em pormenor da formação da tromba de água, e nas duas últimas estrofes, o poeta salienta que os marinheiros por experiência própria, têm mais capacidades de explicar estes fenómenos naturais, do que os sábios que o fazem por meio de obras escritas, teóricas.
http://oslusiadas.no.sapo.pt/episodio10.html

A Ilha dos Amores

Depois de todas as etapas vencidas, os portugueses merecem descanso, que decorrerá na Ilha dos Amores, local concebido pelo épico, simbolizando a recompensa pela heroicidade, a satisfação dos sentidos e a harmonia no Universo. É aqui que os portugueses são mitificados e se tornam Deuses, como se verifica quando as Ninfas se entregam aos navegadores, alcançando a glória. 

A Ilha dos Amores: exaltação dos navegadores como herói, capazes de ascensão à divinização. Recompensa pela heroicidade, pelas conquista/ Satisfação dos sentidos/ Posse de conhecimento/ Harmonia do universo.


Os Lusíadas - Reflexões do Poeta



   Luís de Camões, n´Os Lusíadas, não consegue calar a voz crítica da sua consciência nem a sua emoção. Então, interrompendo o tom épico, como os bons clássicos de Roma e Grécia, umas vezes, a sua palavra ganha uma feição didáctica, moral e severamente crítica; outras vezes, expressa o lamento e o queixume de quem sente amargamente a ingratidão, ou os desconcertos do mundo.
        Na primeira reflexão d’Os Lusíadas sobre a insegurança da vida, Camões reage à traição protagonizada por Baco, lamentando-se da personalidade escondida dos seres humanos. Estabelece um paralelismo entre os perigos encontrados no mar e em terra, verificando que em nenhum dos ambientes há segurança absoluta. Na sequência disto, reflecte sobre a posição do ser humano face à natureza, já que na sua fragilidade e insegurança é capaz de atravessar mares e conquistar povos, ultrapassando com sucesso os diferentes obstáculos.
        A reflexão sobre a dignidade das Artes e das Letras é um episódio marcadamente Humanista. Isto é observável noutras partes da obra pela demonstração da vitória do Homem sobre a Natureza e a vontade de saber e descobrir. No que se refere a este trecho específico, o Humanismo revela-se pela presença da componente pedagógica oferecida pelas “artes e letras” e pelo modelo de perfeição humana que é a capacidade de conjugar os feitos guerreiros com o conhecimento literário, objectivo conseguido pelos chefes da antiguidade (como seja o exemplo citado de César).
        Camões alegra-se ao verificar que na Antiguidade sempre houve personagens protagonistas de feitos heroicos e simultaneamente autores capazes de os cantar condignamente. Em oposição, lamenta-se do facto de, apesar de os portugueses terem inúmeros feitos passíveis de serem louvados, não ser prezada a poesia, tornando-o num povo ignorante. Na sequência disto, caso continue a não haver em Portugal uma aposta nas artes, nunca ninguém exaltará os feitos dos portugueses. No entanto, Camões vai continuar a escrever a sua obra, por amor e gosto à arte de louvar, mesmo sabendo de antemão que o mais provável é não ver devidamente reconhecidos os seus versos.
        No final do canto VI, Camões apresenta-nos o seu conceito de nobreza, recorrendo para isso à oposição com o modelo tradicional. Desta forma, o poeta nega a nobreza como título herdado, manifestada por grandes luxos e ociosidade. Propõe então, como verdadeiro modelo de nobreza, aquele que advém dos próprios feitos, enfrentando dificuldades e ultrapassando-as com sucesso. Só assim poderá superiorizar-se aos restantes homens e ser dignamente considerado herói. O estatuto será adquirido ao ver os seus feitos reconhecidos por outros e, mesmo contra a sua vontade, ver-se-á distinguido dos restantes.
        Na reflexão que faz no início do canto VII, Camões faz um elogio ao espírito de cruzada e critica os que não seguem o exemplo português. Isto porque, para Camões, a guerra sem pretensões religiosas não faz sentido, visto ser apenas movida pela ambição da conquista de território. Assim, recorre ao exemplo do Luteranismo alemão para criticar a oposição ao Papa e às guerras que não seguem os ideais camonianos. Dirige-se depois aos ingleses, que deixam que os Muçulmanos tenham sob controlo a cidade de Jerusalém e preocupa-se apenas em criar a sua nova forma de religião (anglicanismo). Também os franceses, ao invés de combaterem os infiéis, aliaram-se aos turcos para combater outros cristãos. Nem os próprios italianos passam impunes, ao ser-lhes criticada a corrupção. Para incitar à conquista de povos não-cristãos, visto esta causa não ser suficiente, Camões lembra as riquezas da Ásia Menor e África, incitando desta forma a expansão. Termina elogiando os portugueses, que se expandiram por todo o mundotendo como fim primário a divulgação da fé.
        Na segunda reflexão que faz no canto VII, Camões critica os opressores e exploradores do povo. Começa por uma retrospectiva da sua própria vida, com etapas como a pobreza, a prisão, o naufrágio, fazendo destas um balanço negativo. No entanto, para ele a maior desilusão continua a ser o facto de não vera sua obra devidamente reconhecida. Alerta portanto para o facto de os escritores vindouros se poderem também sentir desta forma, desencorajando a escrita e a exaltação dos heróis. Segue depois para uma crítica mais abrangente, afirmando que não louvará quem se aproxima do Rei tendo como intentos únicos a fama e o proveito próprio. Não louvará também aqueles que se inserem nos meios reais de forma a conseguirem poder para explorar o povo. Termina invejando aqueles que em serviço do Rei foram reconhecidos, já que ele se sente cansado pela forma como é tratado pelos compatriotas.
        No final do canto VIII, Camões centra a sua reflexão nos efeitos perniciosos do ouro, constatando que a avidez em que vive o ser humano conduz muitas vezes a acções irreflectidas, independentemente da posição social. Lista todos os efeitos do metal precioso, desde traições à corrupção da ciência, ao afirmar que o ouro pode fazer com que os juízes deem demasiada importância a uma obra pelo facto de terem sido remunerados para tal.
        No final da obra, Camões lamenta-se do facto de não estar a ser devidamente reconhecido, já que a sociedade se rege somente pelo dinheiro, decidindo por isso pôr-lhe termo. Não deixa no entanto de louvar os portugueses e todos os perigos por eles ultrapassados (definição camoniana de nobreza). Elogiando os heróis passados, alerta os homens do presente que a vida nobre não passa pelo ouro, cobiça e ambição. Exorta D. Sebastião a valorizar devidamente aqueles que pelos seus feitos se puderem considerar nobres. Correspondendo à visão aristotélica da epopeia, remata com novas proposição e dedicatória e incita o rei a feitos dignos de serem cantados.


Fernando Pessoa 

Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta, filósofo e escritor português.
Fernando Pessoa é o mais universal poeta português. Por ter sido educado na África do Sul, numa escola católica irlandesa, chegou a ter maior familiaridade com o idioma inglês do que com o português ao escrever os seus primeiros poemas nesse idioma. O crítico literário Harold Bloom considerou Pessoa como "Whitman renascido", e o incluiu no seu cânone entre os 26 melhores escritores da civilização ocidental, não apenas da literatura portuguesa mas também da inglesa.
Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa. Fernando Pessoa traduziu várias obras em inglês (e.g., de Shakespeare e Edgar Poe) para o português, e obras portuguesas (nomeadamente de António Botto e Almada Negreiros) para o inglês.

Enquanto poeta, escreveu sob múltiplas personalidades – heterónimos, como Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro –, sendo estes últimos objeto da maior parte dos estudos sobre a sua vida e obra. Robert Hass, poeta americano, diz: "outros modernistas como Yeats, Pound, Elliot inventaram máscaras pelas quais falavam ocasionalmente... Pessoa inventava poetas inteiros."

http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Pessoa


Mensagem 

O título original do livro era Portugal. Influenciado por um amigo, Pessoa considera "Mensagem" um título mais apropriado, pelo nome "Portugal" se encontrar "prostituído" no mais comum dos produtos. Pessoa gosta da palavra "mensagem" a partir da expressão latina: Mens agitat molem, isto é, "A mente comanda o corpo", frase da história de Eneida, de Virgílio, dita pela personagem Anquises quando explica a Enéias o sistema do Universo. Pessoa não utiliza o sentido original da frase, que denotava a existência de um princípio universal de onde emanavam todos os seres.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mensagem_(livro)




Mensagem a epopeia lírica
A Mensagem, cujas poesias componentes foram escritas entre 1913 e 1934 – data da sua publicação, é sem dúvida a obra-prima onde pessoa lapidarmente imprimiu o seu ideal patriótico, sebastianista e regenerador. É um poema nacional, uma versão moderna, espiritualista e profética de Os Lusíadas.
A Mensagem poderá ser vista com uma epopeia. Porque parte dum núcleo histórico, mas a sua formulação sendo simbólica e mítica, do relato histórico, não possuirá a continuidade. Aqui, a acção dos heróis, só adquire pleno significado dentro duma referência mitológica. Aqui serão só eleitos, terão só direito à imortalidade, aqueles homens e feitos que manifestam em si esses mitos significativos. Assim, sua estrutura será dada pelo que, noutra ideias/forças desse povo: regresso do paraíso, realização do impossível, espera do messias… raízes do desenvolvimento dessa entidade colectiva.
Os antepassados, os fundadores, que pela sua acção criaram a pátria, e ergueram a personalidade, separada, ou plasmaram na sua altura própria; mas Mães, as que estão na origem das suas dinastias, cantadas como “Antigo seio vigilante”, ou “humano ventre do império”; os heróis navegantes, aqueles que percorreram o mar em busco do caminho da imortalidade, cumprindo um dever individual e pátrio (realização terrestre duma missão transcendente); e, finalmente, depois dessa missão cumprida, dessa realização. Na era crepuscular de fim de vida, os profetas, as vozes que anunciam já aquele que viria regenerar essa pátria moribunda, abrindo-lhe novo ciclo de vida, uma nova era – o Encoberto.

A estrutura da obra
Assim, a estrutura da Mensagem, sendo a dum mito numa teoria cíclica, a das Idades, transfigura e repete a história duma pátria como o mito dum nascimento, vida e morte dum mundo; morte que será seguida dum renascimento. Desenvolvendo-a como uma ideia completa, de sentido cósmico, e dando-lhe a forma simbólica tripartida – Brasão, Mar Português, O Encoberto. Que se poderá traduzir como: os fundadores, ou o nascimento; a realização, ou a vida; o fim das energias latentes, ou a morte; essa conterá já em si, como gérmen, a próxima ressurreição, o novo ciclo que se anuncia – o Quinto Império. Assim, a terceira parte, é toda ela cheia de avisos, preenche de pressentimentos, de forças latentes prestes a virem á luz: depois da Noite e Tormenta, vem a Calma e a Antemanhã: estes são os Tempos. E aí sempre perpassarão, com um repetido fulgor, sempre a mesma mas em modelações diversas, a nota da esperança: D. Sebastião, O Desejado, O Encoberto…
É dessa forma, o mítico caos, a noite, o abismo, donde surgirá o novo mundo, “Que jaz no abismo sob o mar que se segue”.

A estrutura
· A Mensagem está dividida em três partes. Esta tripartição corresponde a três momentos do Império Português: nascimento, realização e morte. Mas essa morte não é definitiva, pois pressupõe um renascimento que será o novo império, futuro e espiritual.
Mensagem (Resumido)
1. Nascimento – 1ª Parte “Brasão”Fundação da nacionalidade, desfile de heróis lendários ou históricos, desde Ulisses a D. Afonso Henriques, D. Dinis ou D. Sebastiao.
2. Realização – 2ª Parte “Mar Português”Poemas inspirados na ânsia do Desconhecido e no esforço heróico da luta com o mar. Apogeu da acção portuguesa dos Descobrimentos, em poemas como “O Infante”, “O Mostrengo”, “Mar Português”.
3. Morte – 3ª Parte “O Encoberto”Morte das energias de Portugal simbolizada no “nevoeiro”; afirmação do sebastianismo representado na figura do “Encoberto”; apelo e ânsia messiânica da construção do Quinto Império.

sebastianismo
· A Mensagem apresenta um carácter profético, visionário, pois antevê um império futuro, não terreno, e ansiar por ele é perseguir o sonho, a quimera, a febre de além, a sede de Absoluto, a ânsia do impossível, a loucura. D. Sebastião é o mais importante símbolo da obra que, no conjunto dos seus poemas, se alicerça, pois, num sebastianismo messiânico e profético.

http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/portugues/12portofolio1/12portofolio1aw.htm
SIMBOLOGIA
Portugal e Mensagem têm 8 letras. O oito é um número de harmonia, mas também um número ligado aos templários, mais precisamente à cruz Templária que tem 8 pontas. É a mesma cruz que depois vai nas caravelas, já cruz da Ordem de Cristo, seguimento natural dos Templários depois da extinção destes por ordem Papal. Assim, Pessoa num primeiro sentido diz-nos que a "Mensagem" é "Portugal" e que "Portugal" é a realização da missão da Ordem de Cristo e - por descendência - da Ordem do Templo.

Mensagem" é ainda dividida por Pessoa em 3 partes: MENS/AG(ITAT MOL)EM. "Mens Agitat Molem" é uma citação tirada de Virgílio, na Eneida, que significa que a mente move a matéria. O objetivo da "Mensagem" seria mover as massas pela poesia.

Noutra última hipótese, Pessoa escreve: MENSA GEMMARUM: ou mesa das gemas. Altar ou mesa onde repousam as gemas Portuguesas – Portugal, e onde se procede ao sacrifício para a realização do sagrado superior. Neste significado, Portugal seria o altar onde os sacrifícios foram realizados em nome do divino.
http://pt.slideshare.net/paulaoliveiracruz/mensagem-elementos-simblicos




Análise do poema "D. Dinis" da "Mensagem" (BRASÃO)

 D. Dinis

Na noite escreve um seu Cantar de Amigo
O plantador de naus a haver,
E ouve um silêncio múrmuro consigo:
É o rumor dos pinhais que, como um trigo
De Império, ondulam sem se poder ver.

Arroio, esse cantar, jovem e puro,
Busca o oceano por achar;
E a fala dos pinhais, marulho obscuro,
É o som presente desse mar futuro,

É a voz da terra ansiando pelo mar.


D. Dinis é caracterizado, no poema, como poeta (v.1) e como lavrador (v. 2).

À volta de D. Dinis é criado um ambiente de mistério, sobretudo na 1ª estrofe: o "silêncio múrmuro" que só ao rei é dado ouvir, "o rumor dos pinhais que (...)/(...) ondulam sem se poder ver", isto é, só acessíveis a sonhadores, porque só o futuro os revelará como "trigo / De Império"; na 2ª estrofe, salienta-se "a fala dos pinhais" que é um "marulho obscuro".

No verso dois está presente a metáfora que remete para os pinheiros mandados plantar por D. Dinis que são já, virtualmente, as naus das Descobertas - o futuro adivinhado. O rei aparece, assim, como aquele que cria condições para as navegações, como uma espécie de intérprete de uma vontade superior. Esta ideia, que põe em evidência o aspecto mítico deste "herói", repete-se nos versos 9-10 - "É o som presente desse mar futuro, / É a voz da terra ansiando pelo mar".

Os versos 6-7 apresentam-nos o "cantar" "jovem e puro" como um regato que corre em direcção a um "oceano por achar"; encerram, também, a ideia de que neste passado se adivinha já o futuro.

Ao longo do poema, encontramos diversas referências a dois ciclos da nossa História - o da terra e o do mar. Os versos que ilustram esta afirmação são: versos 2, 4-5 e 10. Estes versos conciliam os dois ciclos - "plantador de naus", "como um trigo / De Império, ondulam", "É a voz da terra ansiando pelo mar".

http://novosnavegantes.blogs.sapo.pt/19240.html



Mar português

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena?
Tudo vale a pena,
Se não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu
Mas nele é que espelhou o céu.

Trata-se de um poema da segunda parte – Mar Português – da Mensagem- colectânea de poemas de Fernando Pessoa, escrita entre 1913 e 1934, data da sua publicação. Esta obra contém poesia de índole épico-lírica participando assim das características deste dois géneros. Relativamente à sua matriz épica devemos destacar o tom de exaltação heróica que percorre esta obra; a evocação dos perigos e dos desastres bem como a matéria histórica ali apresentada. No atinente à sua dimensão lírica, podemos destacar a forma fragmentária da obra, o tom menor, a interiorização da matéria épica, através da qual sujeito poético se exprime.
Nesta segunda parte da obra que nos propomos analisar abordam-se o esforço heróico na luta contra o Mar e a ânsia do Desconhecido. Aqui merecem especial atenção os navegadores que percorreram o mar em busca da imortalidade, cumprindo um dever individual e pátrio (realização terrestre de uma missão transcendente)
Em termos formais, constatamos que o poema é constituído por duas estrofes, de seis versos (sextilhas). Quanto ao metro os versos são irregulares. Os versos são decassilábicos, octossílabos. Predomina o ritmo binário, ritmo largo, adequado, é meditação lírica, embora sobre um tema épico. A rima é emparelhada, segundo o esquema aabbcc. As palavras que rimam são, na sua maioria, palavras importantes no universo do poema (sal, Portugal, choraram, rezaram, Bojador, dor, céu, realçando a sua expressividade em conjugação com a posição final de verso ocupada.
O tema desta composição poética pode dizer-se que é a apresentação dos perigos e das glórias que o mar comporta ao povo português. Este tema desenvolve-se em duas partes.
A primeira parte é constituída pela primeira estrofe, onde o sujeito poético apresenta uma realidade épica – é a síntese da história de um povo e dos sacrifícios que suportou para poder conquistar o mar; a segunda estrofe é de carácter mais reflexivo, fazendo o sujeito poético um balanço dos referidos sacrifícios. A conclusão é que valeu a pena, pois em resultado desse sofrimento o povo português conquistou o absoluto. As aspirações infinitas dos homens conduzem-nos até este ponto. A recompensa das grandes dores são as grandes glórias.
A primeira parte inicia-se com uma apóstrofe ao mar encerrando com outra desta feita não adjectivando o mar como salgado (veja-se a expressividade deste adjectivo, enfatizando o sabor amargo do sal, mas mais amargo ainda o sofrimento que causa as lágrimas já de si também salgadas – perspectiva simbólica deste elemento), mas conferindo à estrofe e de certo modo ao poema uma espécie de circularidade. A aliteração ena labial poderá sugerir a relação necessária e fatal entre o mar e o sofrimento. Tudo começa e termina no mar. A metáfora associada à hipérbole nestes dois versos iniciais (Quanto do teu sal são lágrimas de Portugal), acentuam o sofrimento causado pelo mar no povo português. Note-se ainda a metonímia em Portugal. As frases exclamativas conferem o tom épico a esta primeira estrofe e patenteiam as vítimas que o mar fazia em terra: as mães, as noivas e os filhos são os atingidos pelo sofrimento causado pelo elemento marinho. A repetição do determinante interrogativo, em posição anafórica, nos dois últimos versos acentua o dramatismo das situações narradas. Foi sobretudo nos núcleos familiares que se fizeram sentir os malefícios do mar. Ressalte-se o valor expressivo da metáfora inicial “ Por te cruzarmos”, apontando para a cruz símbolo de sofrimento. Os verbos choraram, rezaram, e ficaram por casar ainda por cima reforçado pela expressão “em vão” denotam a dor, o sofrimento e o choro aflito provocados pela destruição do amor maternal, filial e de namorados. Tudo isto porque almejamos a posse do mar “ para que fosses nosso, ó mar!”
A segunda parte inicia-se com dois versos de teor axiomático, possibilitando um balanço que para o sujeito poético é positivo, apesar de todos os sacrifícios. Basta para tal que o objectivo que esteja na base da empresa seja nobre. Note-se a reiteração de valeu...vale e mais adiante passar...passar... reforçando a relação necessária entre o sofrimento e o heroísmo. A própria interrogação retórica funciona como uma chamada de atenção para as contrapartidas que o povo português alcançara do destino. A resposta à questão que levantou o sujeito poético obtém a resposta nele mesmo, através de três frases, todas elas carregadas de grande simbolismo. A primeira resposta “ Tudo vale a pena se a alma não é pequena” sugere a grandeza da alma humana, sempre pronta a desejar o impossível, o que pode proporcionar a glória, a heroicidade. Tudo vale a pena para alcançar o ideal sonhado. Na segunda frase “ Quem quer passar além do Bojador / tem que passar além da dor”, deve entender-se Bojador na sua dimensão simbólica, de ultrapassar o medo, ultrapassar o desconhecido, conseguir a glória e a heroicidade desejada. Não obstante é necessário ultrapassar também em primeiro lugar a dor. Finalmente a terceira frase “ Deus ao mar o perigo e o abismo deu / mas nele é que espelhou o céu”. O perigo e o abismo do mar são a causa de sofrimentos, mas no sentido metafórico e simbólico que está para lá do denotativo de o céu se reflectir no mar, está a ideia de que o céu é símbolo do sonho realizado, da glória. Daqui poderemos deduzir que quem vencer os perigos do mar e o sofrimento alcançará a glória suprema. Nas frases enunciadas constatamos sempre a existência de dois elementos antitéticos “ pena”, “dor”, “perigo” e “tudo vale a pena”, “passar além da dor”, “passar além do Bojador” e “céu”. É interessante verificarmos que não existem conjunções a ligar estas frases e que a primeira tem sentido universal, sendo que a segunda particulariza o sentido ao caso português, e por último, parecendo a frase de sentido universal, ela liga-se à exclamação que introduz o poema, é para o mar português que se aponta, para a tragédia e glória de Portugal. Daqui resulta sobretudo a dimensão épica do poema. Este texto aproxima-se do episódio de Camões “ O Velho do Restelo”, mas desaparece a crítica aos Descobrimentos acentuando-se sobretudo o tom laudatório em Pessoa.
Ao longo do poema predominam os tempos do perfeito para evocar acontecimentos passados trágicos e o presente que situa o sujeito poético num tempo presente, considerando os valores morais fundamentais à construção de heróis, bravura, tenacidade e desejo de vencer.

http://apoioptg.blogspot.pt/2007/04/mar-portugus-mar-salgado-quanto-do-teu.html



O ENCOBERTO
Que symbolo fecundo
Vem na aurora anciosa?
Na Cruz Morta do Mundo
A Vida, que é a Rosa.
Que symbolo divino
Traz o dia já visto?
Na Cruz, que é o Destino,
A Rosa, que é o Christo.
Que symbolo final
Mostra o sol já disperto?
Na Cruz morta e fatal
A Rosa do Encoberto.
Análise: Este curioso poema é uma sucessão de referências cruzadas à mística rosicruciana. Os Rosa-Cruz foram (são?) uma sociedade secreta cujas origens provavelmente remontam ao século XVII. Os interessados poderão ler um texto sobre os Rosa-Cruz. Parece que originalmente seria um grupo secreto de homens cultos e superiormente desinteressados que sonhavam controlar os destinos da humanidade de maneira a assegurar o advento de um mundo pacífico e feliz (na prática, uma variante da noção do Quinto Império). As diversas cisões e criação de sociedades sob o mesmo nome obliteraram as pistas quanto à permanência real de uma sociedade secreta que represente a presença actual de uma herança multisecular ininterrupta.
Existem várias interpretações da simbologia da Rosa e da Cruz. Uma, que convém a este poema, é de que a Rosa é uma representação do círculo e está associada a ideais de perfeição que são metas, enquanto que a Cruz representa, por exemplo, as atribulações que há a ultrapassar ou vencer para as atingir.

http://ruipetawebfolio.blogspot.pt/2012/11/mensagem-de-fernando-pessoa-terceira.html

o Fernando pessoa inspirou se em algumas estâncias do Os Lusíadas  para escrever mais per fundamente o seu livro Mensagem





 Semelhanças

·     - Poemas sobre Portugal.
·       Concepção da História Portuguesa enquanto demanda mística.
·      D. Sebastião, ser eleito, enviado por Deus ao mundo, para difundir a Fé de Cristo.
·      Os heróis concretizam a vontade divina.
·      Conceito abstracto de Pátria.
·      Apresentação dos heróis da História de forma fragmentária.
·      Exaltação épica da acção humana no domínio dos mares.
·     Superação dos limites humanos pelos heróis portugueses.
·     Superioridade dos navegadores lusos sobre os nautas da Antiguidade.
·    Glória marcada pelo sofrimento e lágrimas.
·    Sacrifício voluntário em nome de uma causa patriótica.
·    Estrutura rigorosamente arquitectada.
·    Evocação do passado (memória) para projectar, idealizar o futuro (apelo, incentivo).






  • O Dos Castelos/Canto III
  •  O dos Castelos «A Europa jaz, posta nos cotovelos: De Oriente a Ocidente jaz, fitando, E toldam-lhe românticos cabelos Olhos gregos, lembrando. O cotovelo esquerdo é recuado; O direito é em ângulo disposto. Aquele diz Itália onde é pousado; Este diz Inglaterra onde, afastado, A mão sustenta, em que se apoia o rosto. Fita, com olhar ’sfíngico e fatal, O Ocidente, futuro do passado. O rosto com que fita é Portugal.»
  • Canto III 17 «Eis aqui se descobre a nobre Espanha, Como cabeça ali de Europa toda…» 20 «Eis aqui, quase cume da cabeça De Europa toda, o Reino Lusitano, Onde a terra se acaba e o mar começa, E onde Febo repousa no Oceano. Este quis o Céu justo que floresça Nas armas contra o torpe Mauritano, Deitando-o de si fora, e lá na ardente África estar quieto o não consente.» 21 «"Esta é a ditosa pátria minha amada, A qual se o Céu me dá que eu sem perigo Torne, com esta empresa já acabada, Acabe-se esta luz ali comigo.»
  •  A Personificação da Europa A Caracterização da Europa O uso do verbo “jazer” •A posição dos cotovelos •Referência à necessidade de despertar
  •  Patriotismo dos Poetas A posição de Portugal •Representado como a “cabeça da Europa” •“O rosto com que fita é Portugal”

  • Mostrengo /Adamastor
  •  Mostrengo «O mostrengo que está no fim do mar Na noite de breu ergueu-se a voar; A roda da nau voou três vezes, Voou três vezes a chiar, E disse: «Quem é que ousou entrar Nas minhas cavernas que não desvendo, Meus tectos negros do fim do mundo?» E o homem do leme disse, tremendo: «El-Rei D. João Segundo!» «De quem são as velas onde me roço? De quem as quilhas que vejo e ouço?» Disse o mostrengo, e rodou três vezes, Três vezes rodou imundo e grosso. «Quem vem poder o que só eu posso, Que moro onde nunca ninguém me visse E escorro os medos do mar sem fundo?» E o homem do leme tremeu, e disse: «El-Rei D. João Segundo!» Três vezes do leme as mãos ergueu, Três vezes ao leme as reprendeu, E disse no fim de tremer três vezes: «Aqui ao leme sou mais do que eu: Sou um povo que quer o mar que é teu; E mais que o mostrengo, que me a alma teme E roda nas trevas do fim do mundo, Manda a vontade, que me ata ao leme, De El-Rei D. João Segundo!»
  • Adamastor 37«…Uma nuvem, que os ares escurece, Sobre nossas cabeças aparece.» 38«…Tão temerosa vinha e carregada, Que pôs nos corações um grande medo;» 39«Não acabava, quando uma figura Se nos mostra no ar, robusta e válida, De disforme e grandíssima estatura; O rosto carregado, a barba esquálida, Os olhos encovados, e a postura Medonha e má e a cor terrena e pálida; Cheios de terra e crespos os cabelos, A boca negra, os dentes amarelos.»
  •  Semelhanças • Representação da forma invencível do mar; • Representação de um marinheiro, que ambiciona o mar; • Demonstrar o valor do portugueses através da sua coragem e determinação; • Personificação dos receios e perigos do mar desconhecido;
  •  Diferenças Mostrengo/Adamastor •Forma como aterroriza •Forma como é vencido •Retrato •Interluctor
  •  Diferenças Mostrengo/Adamastor •Progressão textual •Expressão caraterizadora •Texto


http://pt.slideshare.net/pvitorino5/intertextualidade-entre-os-lusadas-e-mensagem

Interação entre Os Lusíadas e A Mensagem



http://discportugues.blogspot.pt/2012/10/interacao-entre-os-lusiadas-e-mensagem.html

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